domingo, 20 de março de 2011

Japão - Imprensa "á rasca"

Passados 9 dias depois do grande terramoto de grau 9 na escala de richter, o Japão e o seu povo, continuam canalizando todas as suas energias para a resolução dos problemas imediatos gerados por essa situação, isto (o mais interessante), dentro da maior normalidade possível... não sei, se calhar em um qualquer outro pais, estaria tudo parado, cada qual chorando as suas mágoas num qualquer canto, á espera de supostos milagres. É verdade, aqui dá vontade de chorar, por ver a determinação e a coragem com que um povo reage a uma calamidade desta dimensão; que gente VALENTE, que orgulho sinto por estar no meio deles numa hora como esta, que lição tenho recebido e aprendido!

Das centenas de réplicas que o Japão tem sentido desde o dia 11 (elas tem sido quase incessantes), a maior delas teve o seu epicentro na Europa, concretamente nas redacções dos inúmeros meios de comunicação social, sem saber quantificar a intensidade desta mesma réplica, quase que me atreveria a dizer que ela foi bem maior que o terramoto original.

Em Portugal a par de uma geração "á rasca" também temos uma imprensa "á rasca", enquanto os primeiros são vitimas da mentira que o país tem sido de alguns anos a esta parte, os segundos vivem da mentira produzida pelas suas redacções, nomeadamente em relação ao Japão. Veja-se então alguns títulos começando por jornais ditos de referência:

"Governo aconselha portugueses a saírem do Japão" (Expresso 17/3, http://aeiou.expresso.pt/governo-aconselha-portugueses-a-sairem-do-japao=f638198), aqui o interessante é que só se fala de portugueses no titulo, em toda a noticia nada é referido. A embaixada que contactou comigo duas vezes, uma por telefone outra por email, nunca me solicitou ou aconselhou para sair da região de Tóquio sequer.

"Crise de nervos em Tóquio perante a incerteza" (Público, 17/3, http://www.publico.pt/Mundo/crise-de-nervos-em-toquio-perante-a-incerteza_1485336), em relação a este artigo ver vídeo publicado mais abaixo, que aliás é referido no final da noticia, como "um espanhol que se identificou nas redes sociais como Marc" (se calhar não tem credito, http://blogs.antena3.com/niponadas/ ).

"Capital japonesa tem cada vez menos gente nas ruas" (DN 17/3, http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=1808212&especial=Sismo%20arrasa%20Jap%E3o&seccao=MUNDO ), desculpem, esta tive que rir, foi boa para descontrair, uma boa parte dos japoneses usa máscaras nesta altura por causa do pólen, tão e somente por isso, se desejarem comprovar, no youtube façam uma busca sobre vídeos japoneses nesta altura do ano em outros anos.

Poderia continuar, mas foram tantas que até se torna cansativo, mas façam um exercício de memória comigo em relação as estas noticias; a região metropolitana de Tóquio (na qual eu vivo) tem 37 milhões de habitantes... não sei, dou por barato que tenham saído desta região nos últimos dias 100 000 pessoas (mesmo assim estou disparando muitooooo para cima), duas vezes três vezes cinco, ahaaaaa, peçam ao Engenheiro Guterres para fazer esta conta que é melhor do que eu, sendo a pessoa indicada pois é o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

Mas o pior desta réplica, tem sido a imprensa ter-se esquecido da verdadeira catástrofe que assolou o solo japonês, os 400 000 (QUATROCENTOS MIL) desalojados, os quase 8 000 (OITO MIL MORTOS) mortos e os 12 000 (DOZE MIL) desaparecidos.

Já agora, para que esta meu testemunho tivesse alguma credibilidade seria interessante ser distribuído pelo wikileaks, o novo arauto da verdade no mundo.

O dia á dia em Tóquio



Fuga, caos e pânico em Tóquio

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